Resenha | Doce Vampira da Ju Lund
- Isabela Lima
- 12 de jun. de 2018
- 3 min de leitura

Ficha Técnica
Título: Doce Vampira
Autor(a): Ju Lund
Edição: 2015
Ano de publicação: 2015
Páginas: 224
Editora: Avec Editora
Não sei como encontrei esse livro, mas sei que quando o encontrei de cara quis muito lê-lo, só por causa da temática LGBT, já que é um pouco raro encontrar livros que abordem essa temática.
Eu nunca tinha dinheiro pra compra-lo e fui empurrando com a barriga. Até fiz uma entrevista pra faculdade com a autora do romance, mas nada de conseguir lê-lo.
Só que aí minha namorada assinou o Kindle Unlimited e eu num lapso vi que Doce Vampira era gratuito nele, aí não deu outra, acabei lendo. Confesso que me decepcionei um pouco, talvez por ter esperado tanto pra lê-lo e ter criado muitas expectativas em torno dele.
A narrativa conta a história de Eduarda, uma mortal que se apaixona perdidamente por uma vampira, a Esther.
Uma coisa que gostei muito no livro é que todo o sistema dos vampiros é matriarcal, ou seja, somente as mulheres vampiras possuem a capacidade de transformar outro ser em imortal. Achei isso incrível, assim como a forma como os homens são colocados nessa narrativa também, porém acredito que a autora poderia ter trabalhado melhor isso. Como não é um livro único, vamos ver se nos próximos temos uma maior abordagem sobre o assunto.
No livro os vampiros vivem em sociedade e todos têm ciência disso, só que claro existem grupos de intolerância e resistência que não aceitam, daí vem as Sementes, um grupo que prega a "limpeza" dos vampiros e a volta dos valores tradicionais, aquela coisa fundamentalista que vocês já conhecem. Eles aparecem do meio pro fim do livro.
O que eu gostei também foi o modo como a autora colocou a questão do preconceito e da discriminação que tanto homossexuais quanto vampiros sofrem na sociedade.
Eduarda e Esther se conhecem no colégio, esta última é a única vampira do recinto o que só lhe chama atenção. Elas vão se aproximando mais e mais e quando veem já estão apaixonadas uma pela outra. Logo percebem e os pais de Eduarda a tiram do colégio e a afastam de Esther, que nada pode fazer porque Eduarda ainda é menor de idade.
Eu me decepcionei tanto com a Esther, no começo a imaginava como feminista e mente aberta diante das coisas pelas quais estava passando com a relação que tinha com Eduarda. Me enganei redondamente quando ela passa a pressionar Eduarda a se transformar em vampira, uma decisão nada fácil para uma pessoa que recém fez 18 anos. Não gostei nada disso, mesmo que Esther tivesse um dever a seguir diante de sua espécie, não justifica ela fazer o que fez com a Eduarda.
Tiveram mais acontecimentos que só me fizeram desgostar da Esther, que se dizia amar tanto a Eduarda e na primeira oportunidade trocou ela pela step que sempre esteve ali no seu encalço. Claro que ela tem a liberdade de recomeçar sua vida depois da Eduarda, mas sei lá, não me desceu.
Sobre a construção dos personagens, não achei muito interessante, vamos ver se isso muda nos próximos, mas quem narra é a Eduarda. Ao meu ver a protagonista podia ter sido melhor trabalhada, porque pra mim ela ficou parecendo sem sal e sem muita personalidade. Até mesmo o romance de Esther com Eduarda não me instigou tanto assim. Uma pena porque eu esperava tanto desse livro...
Vou ler os outros dois e venho dar o veredito fina pra vocês. Torçam pra que eu mude minha opinião sobre esse livro.
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